segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Diferentes culturas, preconceitos idênticos – Parte II





Eu sempre acreditei que cultura não se entende e nem se muda, apenas respeita-se. Para mim é impossível compreender, por exemplo, como ficar sem tomar banho por um dia, comer bacon com mostarda no café da manhã ou fumar um charuto dentro do cinema, mas se eu estiver na Europa, nos Estados Unidos ou em Cuba, minha única opção é respeitar os costumes desses lugares e tentar me adaptar ao que cada país tem para me oferecer.


Alguns lugares são mais fáceis de entender as tradições, enquanto outros parecem ter costumes tão diferentes que chegam a ser absurdos. Independentemente da dificuldade em aceitar as diferenças culturais, para uma convivência pacífica é essencial compreender a educação, a religião e a realidade dos povos para não nos tornarmos ignorantes a ponto de acreditar que somos melhores e mais evoluídos que os outros – um quê de Hitler presente em muitas pessoas. Quando eu encontro uma destas pelo caminho gosto mesmo é de puxar conversa para entender a visão de mundo delas.


Um dia desses, eu participei de uma conversa muito interessante sobre porque é justo os homens ganharem uma parte maior da herança do que as mulheres. E a explicação foi a seguinte:


“Quando meu pai morrer, tudo que ele tem hoje vai ficar para mim”. “Mas e sua irmã? Ela tem os mesmos diretos, afinal ela é tão filha do seu pai quanto você!!”. “É que no meu país o filho homem é tudo para o pai. Pode até ser que a minha irmã fique com alguma coisa, mas a herança dele é minha porque ela é casada, então agora, na verdade, ela é responsabilidade do marido dela e não mais do meu pai. Além disso, quando eu casar, vou ter a minha família para sustentar; minha mulher e meus filhos serão responsabilidades minhas, é por isso que a herança do meu pai vai ficar para mim. Se a minha esposa quiser trabalhar para se distrair não tem problema, porque eu acho que a mulher pode fazer aquilo que gosta, mas ela não vai ter que trabalhar para ajudar a sustentar a casa, sabe? Isso é responsabilidade do homem e por essa razão é mais justo eu ficar com tudo que o meu pai construiu do que a minha irmã, entendeu?”.


Entendi, entendi sim. A gente se vê por aí, ok?

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