quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Informações desnecessárias


6h30 da manhã toca o despertador. De soneca em soneca, meu corpo só consegue acordar às 7hs. Arrumar a cama, café da manhã, frio ou calor, escolher a roupa, sapato, maquiagem para melhorar a cara de sono, toda a documentação conferida. Em menos de uma hora estou no consulado, crente que dessa vez seria uma das primeiras a chegar. Engano meu. ''Tem gente que não usa tanto o soneca quanto eu", foi a primeira coisa que pensei quando vi quase dez pessoas na fila. Tudo bem, meu humor não foi abalado. Até fiquei feliz, afinal, com meu livro embaixo do braço eu teria tempo de sobra para colocar a minha leitura em dia. Depois de duas horas acordada, já sei da história de todo mundo que está lá. "Minha irmã está na Itália e faltou um documento para ela conseguir tirar a cidadania", "minha vó decidiu mudar de nome quando chegou no Brasil, e mudar mesmo, nenhuma certidão que ela tem repete o mesmo nome", "mas moça, da última vez que eu vim aqui me disseram que só faltava esse documento", "ah, tem que ser autenticada? Não sabia"... e por aí vai. Por via das dúvidas, tiro a listinha de documentos que me foi entregue e confiro novamente para ver se está tudo ok. Esse é o tipo de lugar que a gente não quer ir toda semana.

Depois de um bom tempo e alguns capítulos do meu livro, finalmente sou chamada. Ficha preenchida, ok. Cópia do passaporte, ok. Cópia da identidade, ok. Comprovante de residência, ok. Fotos 3x4, ok. "Hum, tudo certo", diz o atendente. "Cor dos olhos?", ele olha para mim e confere: "Castanho". "Altura?". Minha expressão de dúvida e desinteresse foi clara. Eles podiam perguntar peso, medida da cintura, busto e quadril, valor do salário, número do meu pé, cor do cabelo, comida preferida ou qualquer outro tipo de pergunta pessoa pessoal, mas altura? Qual a finalidade do governo italiano saber minha altura, meudeus? Será que a Itália é que nem os brinquedos mais radicais de parques de diversão? Só são permitidos cidadãos que ultrapassem uma certa altura?

Vindo de italiano, a gente pode esperar qualquer tipo de preconceito...

2 comentários:

Mayra M. disse...

Hahahahahaha!
Ri muito com essa anedota, Dona Thaisinha!

Unknown disse...

aposto que vc mentiu.