domingo, 12 de dezembro de 2010

Um ensaio sobre a saudade

Não vejo poesia em sentir saudades. Saudade é um sentimento exaustivo, que dói e parece atrapalhar cada momento do dia.

Acordo de manhã com saudade do tempo em que estudava à tarde e levantava só para nadar. No almoço sinto saudade da comida caseira e deliciosa que minha mãe prepara diariamente. À tarde tenho saudade dos dias em que ia para a piscina do prédio estudar para a prova do dia seguinte. Ao sair do trabalho, sinto saudade da época que trabalhava a cinco minutos de casa e não tinha que pegar quase uma hora de trânsito para chegar ao meu destino final. À noite é a hora de sentir saudade de planejar um jantar rapidinho e delicioso que servia como desculpa para ver quem se ama. Na hora de dormir, a saudade bate por conta da cama vazia, saudade daquele abraço gostoso que acolhe e parece fazer esquecer todas as outras saudades que apareceram ao longo do dia.

Saudade do tempo que não volta, dizem os pessimistas. Mas nem é para voltar. O caminho natural da vida é exatamente esse. Seguir mudando e aprendendo com tudo aquilo que sentimos saudades. Refletir e lembrar-se dos bons momentos que vivemos, em um passado próximo ou distante, mas que sempre deixam aquele gostinho de quero mais e fazem nascer a saudade dentro de nós.

Sinto saudades, não só de momentos e lugares, mas principalmente das pessoas especiais que nem sempre estão presentes no meu dia a dia.

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

I'm thankful for...


Tive apenas um Thanksgiving na minha vida e ele foi memorável, com direito a dois perus de 10kg descongelando na banheira, futebol no quintal de casa junto com os 6 (seis!) cavalos e oração de agradecimento em português em uma mesa cheia de americanos.


O Thanksgiving nos Estados Unidos é tão importante quanto o Natal. Eu acho um dos feriados mais sentimentais, afinal não tem toda aquela loucura de presentes, ceia e centenas de sobremesas. A única coisa que realmente importa é o peru e a família reunida.


Hoje fiquei o dia inteiro pensando a que eu sou grata e percebi que ando bem reclamona nos últimos tempos. Quero mais dinheiro, quero emagrecer, quero ser uma empresária bem sucedida, quero paz, quero ser feliz. Mas tenho muito a agradecer também: um amor perfeitinho, amigos inexplicavelmente maravilhosos, família divertida e mil e um planos ótimos para que eu pare de reclamar no ano que vem.


E você, o que vai agradecer hoje?

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Just dance


Nunca fui uma pessoa muito ligada à música. Não tenho um mp3 player, peço para outras pessoas gravarem CDs para mim e dificilmente sei nome de bandas ou artistas. Mas é claro que tenho minhas canções (gosto muito dessa palavra) favoritas.

Aqui vão algumas delas, não classificadas, afinal, todas estão no mesmo patamar de preferência.


Sergio Mendez – Mais que nada

Antes dessa música ficar conhecida no mundo pop através do Black Eyed Peas, ela já estava na lista das minhas favoritas. Me lembra terça-feira no John Bull pós intercâmbio, momento de autoconhecimento, transição, experiências únicas.


Coldplay – Viva la vida

ôôôôôôôôÔô ôôôôôôôÔ ôôôôôôôôÔô ôôôôôôôÔ

Sério, quando você escuta essa música não dá vontade de sair correndo por um campo cheio de girassóis, em um dia de verão e céu azul?

Essa música me dá um alívio no coração e uma esperança de que tudo vai ficar bem. É só o mundo inteiro parar um minutinho e cantar: ôôôôôôôôÔô ôôôôôôôÔ ôôôôôôôôÔô ôôôôôôôÔ


Sidney Magal – Sandra Rosa Madalena

Eu sou brega. Tenho alma brega. Quando eu era criança meu sonho era ter um fusca rosa com bolinhas amarelas. Brega? Perto dessa música, meu fusca multicolor vira um pretinho básico.


Chico Buarque – Cotidiano

Decidi que ia ser jornalista na segunda série. Isso quer dizer que, por mais que eu goste de Sidney Magal e Wando, no fundo, bem lá no fundo, eu tenho alguma coisa cult.


Pitbull - I Know You Want Me

Tem um quê latino, batida hiper dançante e alguma coisa aí me remete a high school in California. Não posso ouvir essa música no escritório. Sério perigo de sair dançando ente os colegas de trabalho.



segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Pequenos prazeres dessa vida


  1. Ter um amor para chamar de seu
  2. Pôr do sol depois de um dia inteiro na praia
  3. Rir até perder o fôlego
  4. Um banho quente ao fim do dia
  5. Domingo de preguiça
  6. Andar descalça
  7. Vinho com pizza
  8. Cochilar no sofá assistindo TV
  9. Fofoca com as amigas
  10. Ter paz ao chegar em casa

segunda-feira, 26 de abril de 2010

quinta-feira, 25 de março de 2010

Quando eu era pequena....


Corrigindo: Quando eu era mais nova... (ouço essa piadinha que vc pensou quando leu o título desde os meus 15 anos, ou antes!)

Sonhos de crianças são sempre mais interessantes comparado ao dos adultos. Já falei sobre alguns dos meus sonhos/desejos, mas inspirada no último post do blog Cupcakes and Cashemere comecei a pensar o que eu queria muito quando era criança e como está o status desses sonhos agora:

  1. Ter um gatinho de estimação
    (desisti dessa ideia, afinal, a alergia me consome)

  2. Ser mais velha, que nem a minha irmã
    (já cheguei e já passei da idade que eu achava legal)

  3. Patinar no Holiday on Ice
    (algumas coisas nunca vão se tornar realidade, né?!)
  4. Quebrar o braço para meus amigos da escola assinarem o gesso
    (pulso trincado,
    cóccix torto, joelho estourado... e eu nunca usei gesso!)
  5. Ter o máximo de canetas coloridas e com cheirinho
    (Se duvidar meu estojo era maior do que eu!)
  6. Mais uma Barbie
    (Natal vem, Natal vai, nunca mais ganhei uma Barbie. Ok, trauma superado)
  7. Tomar banho de chuva
    (Best childhood memory: Tomar vitamina C antes de brincar na chuva com minha melhor amiga da escola. E tudo muito bem negociado nos telefonemas entre os nossos pais)
  8. Falar inglês
    (Done!)
  9. Cabelo comprido
    (Meu cabelereiro que não me ouça!)
  10. Ser veterinária
    (Todo mundo passa por essa fase, né?!)

quinta-feira, 11 de março de 2010

O som da vida


Toca o despertador. Passáros cantando. O jornal na TV. Chaves do carro chacoalhando. "Bom dia". Acelerador. Som do carro. Música de spinning. Água do chuveiro batendo no chão. Turu. Fofoca de vestiário. Secador de cabelo. Turu. Acelerador. Fofoca do trabalho, da vida, das pessoas. Turu. Porta se abrindo. "Bem vindo", diz o windows com aquela musiquinha. Turu. Tectectec do teclado. Janelas fechando. Motor do ar condicionado. Fone de ouvido. Avisos do msn e gtalk. Turu. Zumzumzum do restaurante. Turu. Chá derramado na caneca. Teclado. Fone de ouvido. Msn e gtalk de novo. Pacote de biscoito abrindo. Trimtrimtrim do telefone. Porta fechando. Turu. Acelerador. Som do carro. Turu. Música para malhar. Pesos batendo. "Boa noite". Turu. Acelerador. Turu. Porta abrindo. Turu. Huuumm comida na panela. Turu. Máquina de lavar-louças funcionando. Água do chuveiro no chão. Turu. TV ligada: jornal, novela, big brother. Turu. "Durma bem". Turu.

O som que mais me anima no meio de tantos sons ao longo do dia? O "Turu" do Blackberry Messenger!

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Meu pai, meu herói

No gtalk, com meu pai:

Claudio diz: “Peguei sua mãe no flagra”


Thais diz: “Como assim, daddy??”


Claudio diz:“Cheguei em casa e ela estava no sofá, com uma pessoa fazendo massagem nas costas dela”


Thais diz: O.O E quem era essa pessoa???


Claudio diz: “Calma! Ela tinha dado um mau jeito nas costas e chamou a faxineira! Acho que ela pode processar sua mãe por abuso de poder”



Sério, como não amar uma pessoa dessas?? (L)

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Prefácio


Representam para mim, queridos colegas, vossos escritos, uma preciosidade que com carinho saberei guardar nêste Relicário. E quando a mocidade já longe de vós estiver, poderei reabri-lo e reviver nossas jóias.

A recordação me fará viver no real quando, minha fôr mais que um sonho.

Sinceramente agradecida...

Wenceslau Bráz, 1º de maio de 1964


Esse texto foi escrito pela minha mãe quando ela tinha 15 anos, na primeira página do seu relicário (quase um formspring daquela época). Nas páginas seguintes, seu amiguinhos da escola deixaram suas mensagens, com uma linguagem tão parecida quanto esta que você acabou de ler e com uma grafia que poderia ser facilmente confundida com as fontes usadas em convites de casamento.

Ao ler os textos daquela época é praticamente impossível não fazer o comparativo com o que os adolescentes de hoje escrevem. E até mesmo com os meus próprios textos ou de todos os blogs que visito com frequência. Em que momento, de 1964 até 2010, toda essa poesia e esse romatismo se perdeu? Qual geração resolveu abolir o vós e a mesóclise da escrita?

Não faço parte da galera saudosista que acha que antigamente tudo era melhor, mas vai dizer que não é bem mais gostoso de ler uma poesia bem rebuscada do ki um TeXtO iscrito di um jeito ki ngn intendi?

Apesar de ser fã da tecnologia e de todas as facilidades que ela nos proporciona, acho que estou preferindo a poesia da minha vida...

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Desespero tecnológico


Terça-feira, 9h15 am. Chego no trabalho e encontro a seguinte situação: Equipe toda reunida, a coordenadora não está presente. Clima tenso, expressões preocupadas, um certo alvoroço na sala e discursos com tom de revolta e desespero.

- O que aconteceu, gente? (já estava começando a ficar preocupada, mesmo antes de saber o baphon dos primeiros minutos da manhã)

- Bloquearam o google talk!

A resposta em coro foi o suficiente para motivar estratégias para reconquistar esta pequena regalia no nosso trabalho diário. Diferentes argumentos, como burlar o departamento de TI, quais as reais utilidades do gtalk no ambiente de trabalho, sites onde é possível acessar, como despistar o bloqueio....

Todo este desespero tem uma razão de ser. Aqui a gente não tem msn, não tem skype, até pouco tempo não tinha acesso ao youtube, blogspot, nem mesmo o Ego era permitido. O gtalk é a nossa única forma de comunicação com o mundo exterior. Eis que, numa bela manhã de terça-feira a nossa única diversão é cortada? Os ânimos realmente se exaltaram. No ápice da revolta, cai a internet e toda a rede. Duas horas depois, com a conexão reestabelecida, tudo volta ao normal. Gtalk funcionando e funcionários novamente felizes a trabalhar.

Eu já sabia que somos extremamente dependentes de tecnologias como celular e email, mas depois de presenciar e sentir na pele a falta de aplicativos de "segunda necessidade", como gtalk, google wave e twitter, fiquei impressionada ao perceber como a tecnologia se faz presente e necessária na nossa vida.

Estou cada vez mais convencida de que preciso de um smartphone...

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Ufa! Tá quase acabando!

Eu não sou uma pessoa muito supersticiosa, mas certas coisas a gente faz por precaução, né? Afinal de contas, porque passar exatamente embaixo da escada sendo que dá para desviar? E por que não pular as sete ondas no reveillon?

No tema inferno astral sigo mais ou menos a mesma linha. Não acredito no horóscopo nem nas previsões astrais para o ano que se inicia, mas tem alguma coisa no período entre 25 de dezembro e 25 de janeiro que tornam meus dias um tanto... sombrios. Talvez essa seja uma boa palavra.

Eu tenho o privilégio de começar meu inferno astral na data mais comemorada em todo o mundo. Acho que por isso nunca fui muito fã das festas de Natal. Quando criança, não curtia muito o Papai Noel e só queria mesmo era saber do meu presente. Os anos foram passando e o Papai Noel não era mais o problema desta época, mas sempre tinha alguma coisa que não deixava eu ver a tal magia do Natal. Depois que eu descobri toda essa história de inferno astral, comecei a acreditar que esse era o principal motivo. Comentando com uma amiga sobre o assunto, ela me disse que, na verdade, o inferno astral não é um período de coisas ruins na sua vida, mas sim de transformações. Como a maioria das pessoas se assusta com as mudanças que a vida nos traz, a impressão é de que fatos catastróficos acontecerão nesse mês.

Mas para mim, mudanças e novidades são sempre bem-vindas! Este ano estou satisfeita com meu inferno astral!

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Virada de década


2010 começou e agora parece que tudo tem que ser diferente. Afinal, a década de 1960 é completamente diferente dos hippies anos 70, que não tem semelhança alguma com a década perdida de 1980, que por sua vez em nada lembra os anos 90.

Para mim, essa nova era deve ser de amadurecimento, afinal, quando chegarmos em 2019 eu vou ter... bom, deixa pra lá que isso é melhor nem pensar! Mas espero que assim como os anos 2000 trouxeram mudanças e novidades, esta década também não decepcione.

Fazendo uma retrospectiva/resumo dos últimos dez anos posso dizer que foi uma época marcante na minha vida. O intercâmbio sem dúvida foi um divisor de águas, fazendo me apaixonar ainda mais pelas delícias de simplesmente largar tudo e começar uma vida nova em outro lugar. Decidi minha profissão e me tornei uma jornalista, demorou um pouquinho mais do que o planejado, verdade, mas só porque eu já tinha sido picada pelo bichinho que me tornou desapegada de qualquer lugar do mundo. Conheci pessoas maravilhosas, as quais sem dúvida nenhuma estiveram e estarão presentes nos momentos mais importantes da minha vida. Foi também nesta década que vivi algumas das separações mais drásticas até agora: vi minha irmã esvaziar o guarda-roupa e se mudar para quilômetros de distância, ajudei meu pai a arrumar tudo que ele tinha para ir morar a apenas uma quadra da minha casa e apoiei incondicionalmente um amor a largar tudo para viver uma experiência única do outro lado do país. Viajei, voltei, quis ir de novo, fui, tive que voltar e nunca parei de pensar em quando ir novamente.

Para o período que se inicia espero concretizar planos e realizar sonhos. Assim como a década anterior foi de muito aprendizado e novas experiências, espero colocar em prática tudo que já vivi para ter anos de realizações pessoais, profissionais e continuar aprendendo e vivendo muito mais!

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Sempre atrasada


Querido Papai Noel,

Eu sei que o Natal já passou, mas como o senhor me conhece muito bem, deve saber que eu tenho um probleminha com pontualidade, então a surpresa não é tanta ao receber minha cartinha na primeira semana de janeiro, né? Eu poderia até dizer que na verdade estou mandando minha carta agora porque sabia que o senhor estaria muito ocupado em dezembro e meus presentes não precisavam ser entregues no dia 25, mas isso seria o mesmo que justificar o atraso por conta do trânsito. Então, para poupar o meu tempo e o seu, vamos aos pedidos para 2010:

- Como ano passado não teve esse pedido, neste ano eu tenho direito a pedir um novo emprego. De preferência muito legal e que me pague super bem. E se não for exigir demais, que seja em outra cidade, se possível na praia. Curitiba já deu, né?

- Queria que meu dedo que funciona muito bem para escolher os amigos também seja tão eficiente para escolher meus amores.

- Viagens. Esse item nunca sai da lista, eu sei, mas é que viajar nunca é demais, o senhor que tem seu trenó sabe disso. Pode ser tanto para perto quanto para longe, sem restrições de cultura, distância ou país.

- Mais noites bem dormidas e menos olheiras, mas isso não quer dizer menos diversão e noites mal dormidas, porém muito bem aproveitadas.

- E aqueles quilinhos extras que insistem em estar sempre por aqui o senhor pode levar também!

Obrigada e feliz 2010!

Ah! Prometo ser um exemplo de menina nesse ano, não se preocupe!

Beijos,
Thais