Adoro conhecer novas culturas. Não simplesmente para deter o conhecimento, mas por que acredito que o crescimento pessoal acontece através da vivência de diferentes realidades. Não sou nenhum pouco teórica, gosto de aprender na prática e por isso acredito que o relacionamento com pessoas de diferentes culturas me engrandece mais do que qualquer experiência vivida em sala de aula (sem desmerecer o papel do professor e da escola, por favor, sem dúvida nenhuma a educação é indispensável, mas isso deixa para outro post!)
Apesar de ser fascinada pelo diferente, nas últimas semanas passei por dois episódios que me fizeram questionar sobre essa real abertura que tenho para compreender e aceitar outros costumes.
#1: Sábado à noite. Três amigas decidem finalmente colocar em prática a conversa curitibana do vamos combinar. Marcamos data e horário, planejamos a noite e lá fomos nós, rumo à diversão. É importante lembrar que minhas duas amigas são da mesma “tribo”, da qual, definitivamente, não faço parte. Mas meu pensamento open-minded me fez acreditar que boa companhia seria o suficiente para ter uma noite de muita loucura e histórias para contar para a posteridade.
A noite começou com muita risada. Ainda em casa, as três fofocando com vodka e lambrusco como companhia. Depois de muito hahaha seguimos para a primeira parada da noite: um samba. Gosto muito desse estilo musical. Um sambinha bem brasileiro para animar uma festa em família, para cantar na praia ou para dançar com meu pai (pós-graduado em dança de salão), mas samba na balada de sábado não foi a melhor opção da noite.
Sem sucesso no samba, seguimos para a opção número dois, uma balada alternativa, frequentada por heteros, mas onde a maioria do público é gay. Para a minha sorte, amigos pertencentes a esta tribo nos salvaram de entrar no local, mas em compensação me levaram para o lugar que, para mim, é o ícone alternativo de Curitiba. Sem hesitar ou reclamar, afinal estava em minoria e tinha topado a programação, segui em direção da tal balada. Jamais tinha passado pela minha cabeça entrar naquele lugar, mas fui.
A porta abriu e o arrependimento bateu. Luzes piscando, fumaça na pista e gente, muita gente totalmente diferente de qualquer outro lugar que eu já fui. Homem com homem, mulher com mulher, bêbados, loucos, olhares estranhos, pessoas diferentes, mas ao mesmo tempo, todas iguais. Mesmo estilo de roupa, mesmas atitudes, mesmas caretas na pista. Eu só estava ali para me divertir. Dançar músicas que eu nunca imaginei dançar, ver rostos que eu nunca tinha visto antes, vivenciar uma realidade completamente diferente do que estou acostumada. Minha cabeça sabia que era isso que aconteceria, mas meu preconceito não deixou que eu esquecesse o quanto meu mundinho é rosa e como eu não estou preparada para encarar o diferente que está tão perto, literalmente vizinho da minha realidade.
Fim de noite chego à conclusão que é mais fácil me adaptar a uma cultura de outro país do que aos costumes de pessoas da minha própria nacionalidade. E ainda acabo ligando para as mesmas pessoas antes de ir pra casa...
É, certas coisas simplesmente não mudam.
3 comentários:
espero a segunda parte com muita ansiedade xuxù..mas foi por isso que vc escreveu que escolhi a Fran,15000 km longe de mim e com uma cultura totalmente diferente da minha..
Foi no James é filha? Hahahaha
Pra nunca mais voltar, né Má?
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