segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Diferentes culturas, preconceitos idênticos – Parte II





Eu sempre acreditei que cultura não se entende e nem se muda, apenas respeita-se. Para mim é impossível compreender, por exemplo, como ficar sem tomar banho por um dia, comer bacon com mostarda no café da manhã ou fumar um charuto dentro do cinema, mas se eu estiver na Europa, nos Estados Unidos ou em Cuba, minha única opção é respeitar os costumes desses lugares e tentar me adaptar ao que cada país tem para me oferecer.


Alguns lugares são mais fáceis de entender as tradições, enquanto outros parecem ter costumes tão diferentes que chegam a ser absurdos. Independentemente da dificuldade em aceitar as diferenças culturais, para uma convivência pacífica é essencial compreender a educação, a religião e a realidade dos povos para não nos tornarmos ignorantes a ponto de acreditar que somos melhores e mais evoluídos que os outros – um quê de Hitler presente em muitas pessoas. Quando eu encontro uma destas pelo caminho gosto mesmo é de puxar conversa para entender a visão de mundo delas.


Um dia desses, eu participei de uma conversa muito interessante sobre porque é justo os homens ganharem uma parte maior da herança do que as mulheres. E a explicação foi a seguinte:


“Quando meu pai morrer, tudo que ele tem hoje vai ficar para mim”. “Mas e sua irmã? Ela tem os mesmos diretos, afinal ela é tão filha do seu pai quanto você!!”. “É que no meu país o filho homem é tudo para o pai. Pode até ser que a minha irmã fique com alguma coisa, mas a herança dele é minha porque ela é casada, então agora, na verdade, ela é responsabilidade do marido dela e não mais do meu pai. Além disso, quando eu casar, vou ter a minha família para sustentar; minha mulher e meus filhos serão responsabilidades minhas, é por isso que a herança do meu pai vai ficar para mim. Se a minha esposa quiser trabalhar para se distrair não tem problema, porque eu acho que a mulher pode fazer aquilo que gosta, mas ela não vai ter que trabalhar para ajudar a sustentar a casa, sabe? Isso é responsabilidade do homem e por essa razão é mais justo eu ficar com tudo que o meu pai construiu do que a minha irmã, entendeu?”.


Entendi, entendi sim. A gente se vê por aí, ok?

sábado, 12 de dezembro de 2009

Diferentes culturas, preconceitos idênticos – Parte I


Adoro conhecer novas culturas. Não simplesmente para deter o conhecimento, mas por que acredito que o crescimento pessoal acontece através da vivência de diferentes realidades. Não sou nenhum pouco teórica, gosto de aprender na prática e por isso acredito que o relacionamento com pessoas de diferentes culturas me engrandece mais do que qualquer experiência vivida em sala de aula (sem desmerecer o papel do professor e da escola, por favor, sem dúvida nenhuma a educação é indispensável, mas isso deixa para outro post!)


Apesar de ser fascinada pelo diferente, nas últimas semanas passei por dois episódios que me fizeram questionar sobre essa real abertura que tenho para compreender e aceitar outros costumes.


#1: Sábado à noite. Três amigas decidem finalmente colocar em prática a conversa curitibana do vamos combinar. Marcamos data e horário, planejamos a noite e lá fomos nós, rumo à diversão. É importante lembrar que minhas duas amigas são da mesma “tribo”, da qual, definitivamente, não faço parte. Mas meu pensamento open-minded me fez acreditar que boa companhia seria o suficiente para ter uma noite de muita loucura e histórias para contar para a posteridade.


A noite começou com muita risada. Ainda em casa, as três fofocando com vodka e lambrusco como companhia. Depois de muito hahaha seguimos para a primeira parada da noite: um samba. Gosto muito desse estilo musical. Um sambinha bem brasileiro para animar uma festa em família, para cantar na praia ou para dançar com meu pai (pós-graduado em dança de salão), mas samba na balada de sábado não foi a melhor opção da noite.


Sem sucesso no samba, seguimos para a opção número dois, uma balada alternativa, frequentada por heteros, mas onde a maioria do público é gay. Para a minha sorte, amigos pertencentes a esta tribo nos salvaram de entrar no local, mas em compensação me levaram para o lugar que, para mim, é o ícone alternativo de Curitiba. Sem hesitar ou reclamar, afinal estava em minoria e tinha topado a programação, segui em direção da tal balada. Jamais tinha passado pela minha cabeça entrar naquele lugar, mas fui.


A porta abriu e o arrependimento bateu. Luzes piscando, fumaça na pista e gente, muita gente totalmente diferente de qualquer outro lugar que eu já fui. Homem com homem, mulher com mulher, bêbados, loucos, olhares estranhos, pessoas diferentes, mas ao mesmo tempo, todas iguais. Mesmo estilo de roupa, mesmas atitudes, mesmas caretas na pista. Eu só estava ali para me divertir. Dançar músicas que eu nunca imaginei dançar, ver rostos que eu nunca tinha visto antes, vivenciar uma realidade completamente diferente do que estou acostumada. Minha cabeça sabia que era isso que aconteceria, mas meu preconceito não deixou que eu esquecesse o quanto meu mundinho é rosa e como eu não estou preparada para encarar o diferente que está tão perto, literalmente vizinho da minha realidade.


Fim de noite chego à conclusão que é mais fácil me adaptar a uma cultura de outro país do que aos costumes de pessoas da minha própria nacionalidade. E ainda acabo ligando para as mesmas pessoas antes de ir pra casa...


É, certas coisas simplesmente não mudam.

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Escrevi e não mandei


Como vocês sabem, sou jornalista. Escrever é o que eu faço para sobreviver. Não só financeiramente. Quem já leu qualquer outro texto desse blog pode perceber que para conseguir ter um pouco de sanidade mental também escrevo, extravazando meus sentimentos e me acalmando para poder sobreviver.

Muito bem, todo esse drama porque estou aqui com um email na minha pasta Rascunhos há dias. Começo, paro, leio, complemento, paro. Volto, leio, paro, releio, escrevo. Salvo, vou fazer outra coisa e ele fica lá, junto com tantos outros emails que comecei e não terminei, esperando ser enviado ou pelo menos terminado.

A verdade é que, assim como todos os outros que habitam a mesma pasta, não tenho certeza se ele deve ser enviado. Eles estão ali porque muitas vezes não falei o que queria dizer ou o que deveria ser dito.

Se esse blog é um desabafo, acho que meus rascunhos são praticamente meu atestado de insanidade mental.

sábado, 19 de setembro de 2009

Cegos que enxergam



Minha mãe, como uma boa psicóloga, é cheia de ensinamentos. Uma das frases que ouço repetidamente é “o pior cego, minha filha, é aquele que não quer ver”. No mesmo contexto que minha mãe aplica este conselho, um grupo de amigas tem usado muito outra frase: não vamos se enganar! (o erro de português, nesse caso, é proposital).

Ultimamente tenho convivido com algumas pessoas que estão precisando passar uns dias com a minha mãe e com as minhas amigas para perceberem a realidade que as cercam. É até triste de ver!

Entretanto, ao constatar o conformismo dessas pessoas, é possível entender porque elas criam a sua própria versão da realidade e preferem acreditar piamente nisso, sem questionar atitudes e valores das pessoas que as cercam ou até mesmo se questionar, o que já seria um bom começo. Filha de psicóloga que sou, acredito que expor seus pensamentos e problemas para uma outra pessoa é uma forma de organizar todos os sentimentos que estão dentro de você e, ao se ouvir, já é possível encontrar uma solução. É claro que em alguns casos a ajuda de um profissional é indispensável, mas o desejo de mudar é sempre imprescindível.

Por isso, se você não quer ver seus problemas, por favor: mantenha a distância.

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Informações desnecessárias


6h30 da manhã toca o despertador. De soneca em soneca, meu corpo só consegue acordar às 7hs. Arrumar a cama, café da manhã, frio ou calor, escolher a roupa, sapato, maquiagem para melhorar a cara de sono, toda a documentação conferida. Em menos de uma hora estou no consulado, crente que dessa vez seria uma das primeiras a chegar. Engano meu. ''Tem gente que não usa tanto o soneca quanto eu", foi a primeira coisa que pensei quando vi quase dez pessoas na fila. Tudo bem, meu humor não foi abalado. Até fiquei feliz, afinal, com meu livro embaixo do braço eu teria tempo de sobra para colocar a minha leitura em dia. Depois de duas horas acordada, já sei da história de todo mundo que está lá. "Minha irmã está na Itália e faltou um documento para ela conseguir tirar a cidadania", "minha vó decidiu mudar de nome quando chegou no Brasil, e mudar mesmo, nenhuma certidão que ela tem repete o mesmo nome", "mas moça, da última vez que eu vim aqui me disseram que só faltava esse documento", "ah, tem que ser autenticada? Não sabia"... e por aí vai. Por via das dúvidas, tiro a listinha de documentos que me foi entregue e confiro novamente para ver se está tudo ok. Esse é o tipo de lugar que a gente não quer ir toda semana.

Depois de um bom tempo e alguns capítulos do meu livro, finalmente sou chamada. Ficha preenchida, ok. Cópia do passaporte, ok. Cópia da identidade, ok. Comprovante de residência, ok. Fotos 3x4, ok. "Hum, tudo certo", diz o atendente. "Cor dos olhos?", ele olha para mim e confere: "Castanho". "Altura?". Minha expressão de dúvida e desinteresse foi clara. Eles podiam perguntar peso, medida da cintura, busto e quadril, valor do salário, número do meu pé, cor do cabelo, comida preferida ou qualquer outro tipo de pergunta pessoa pessoal, mas altura? Qual a finalidade do governo italiano saber minha altura, meudeus? Será que a Itália é que nem os brinquedos mais radicais de parques de diversão? Só são permitidos cidadãos que ultrapassem uma certa altura?

Vindo de italiano, a gente pode esperar qualquer tipo de preconceito...

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

A minha camiseta velha

Tem certas coisas na vida que a gente não explica. Ontem uma amiga resolveu me perguntar de que tamanho que eu gosto dela, assim, feito pergunta de criança mesmo, que acha que sentimentos são mensuráveis. E ainda para piorar, ela achou que seria uma boa ideia comparar o tamanho do sentimento que tenho por ela com o sentimento que tenho por mais um monte de gente que ela sabe que eu gosto bastante. Foi depois deste episódio, e de tantos outros ocorridos ao longo das últimas semanas, que percebi que tenho um sentimento “camiseta velha”, aquele que ninguém entende, você não sabe explicar, mas você sabe que está ali e não quer se livrar dele.

Por que camiseta velha? É assim. Você tem aquela blusa há anos. Já não sabe dizer ao certo como era a sua vida antes dela existir, afinal parece que ela sempre esteve com você. Quando você vê fotos antigas, lá está ela. Você, com aquela carinha de criança e ela ali, ainda com cara de nova, sem marcas, cores vivas e vibrantes. Com o passar do tempo, as fotos em que ela aparece são de eventos menos importantes, sem aquele mesmo entusiasmo de algum tempo atrás. Alguns anos depois, ela não aparece mais nas fotos, mas continua no seu guarda-roupa. Campanhas do agasalho vêm e vão, os anos passam, sua mãe já falou para você dar aquela blusa, você não sabe nem dizer qual foi a última vez que você a usou, mas ainda assim ela não sai do seu guarda-roupa, nem por decreto. Você não usa, não empresta e não dá. Um sentimento que você sabe que é egoísta, mas não se sente mal por isso e sabe que não vai se livrar tão cedo da sua camiseta velha, afinal, abrir seu guarda-roupa e ver ela ali no fundinho te dá uma sensação de conforto e até mesmo uma certa nostalgia.



O tempo passa, mas certas coisas simplesmente não mudam.

quarta-feira, 22 de julho de 2009

Um novo amigo


Já passei da fase de ir para academia para fazer amigos. Aliás, nem vou mais para academia, desisti dessa ideia. Meu exercício da vez é a natação. Há um ano pratico o esporte no mesmo lugar e não estou lá para fazer amigos. Vou para me exercitar e para emagrecer. Tenho um único amigo lá, o Felipe, de três anos.


A nossa amizade começou assim:


Felipe: - Oi.


Eu: - Oi, tudo bem?


Felipe: - Ahan (e me olha de cima abaixo com um olhar desconfiado) Você é criança ou gente grande?


Mãe do Felipe: - Por que essa pergunta filho?


Felipe: - É que ela é pequenininha, mãe!


A nossa conversa termina comigo explicando que não comi muito feijão e nem verdura quando eu era criança.
Ser pequena tem que servir para alguma coisa, né? Nem que seja para as futuras gerações!

terça-feira, 7 de julho de 2009

Eu, inserida na crise



Quinta-feira, 25 de junho, 11:59 am, recebo um email com o assunto "info importante". O remetente sendo a minha irmã, nunca tenho certeza até que ponto a informação seria séria ou uma notícia para alegrar o meu dia. O email se resume a uma única frase: "liquidação da zara começa amanham!" (o amanham é uma piadinha interna). Meu coração disparou por alguns minutos, em sinal de alegria. Logo em seguida veio a imagem da tela do computador com o meu extrato bancário e meu coração continuou disparado, mas agora por outro motivo.


Eu sei que já passou a moda de falar sobre a crise financeira internacional, afinal tem a morte do Michael Jackson, a gripe A (antiga gripe suína, que agora voltou com tudo aos noticiários com novo nome) e as acusações contra o Sarney. Mas só agora é que a crise realmente bateu na minha porta. Até pouco tempo eu era relativamente grata pelo meu emprego, tinha uma boa quantia investida em títulos do governo e chegava ao fim do mês sem ter aquele friozinho na barriga ao conferir o meu extrato. Agora, depois que aproveitei a redução do IPI e comprei meu carro, tenho saudades das minhas economias, preciso de um emprego novo que me pague melhor e meu extrato bancário.... bom, agora fico apreensiva toda vez que eu falo "débito", com um certo receito de não ver o papelzinho azul saindo da máquina ao sinal de "aprovada".




Esse post é só um desabafo, já que não aproveitei como eu queria a promoção da Zara e nenhuma outra promoção do shopping. Então se alguém quiser me dar um emprego novo, tô super aí!




domingo, 21 de junho de 2009

À espera do verão...




Cama quentinha no inverno x acordar com o sol batendo no rosto
Cachecóis de lã x lindos lenços fresquinhos
Casacos pesados x regatas coloridas
Grama braquinha x mar azul
Botas pesadas x diversas sandálias
Sopa x sorvete
Pantufas x andar descalço

No primeiro dia do inverno fico feliz que as temperaturas não estejam tão maldosas quanto nos últimos dias de outono. E espero que continue assim, daí quem sabe tenho paciência para esperar pelo verão!

quarta-feira, 17 de junho de 2009

No news is good news...



Não sou uma pessoa muito família. Nunca fui. Talvez porque desde criança vivi mudando de cidade em cidade e cada vez para mais longe de tios, primos e avós. Apesar da pouca convivência com toda a parentada durante a minha infância, desde que mudei para cá e agora moramos perto, consequentemente, nos aproximamos, mas nem por isso aumentamos o nosso convívio. Claro que em celebrações importantes, como aniversários, formaturas e dia das mães estamos sempre reunidos, mas aquela convivência diária não existe. Não porque a gente não se ama e não se dá bem, MUITO pelo contrário, mas acho que é comodismo ou costume mesmo, quem sabe é até uma tradição familiar.



Hoje tive uma prova disso. No meio da manhã, meu celular toca e o identificador de chamadas denuncia: Tia Odete. Meu primeiro pensamento foi: “nossa, que legal” e logo em seguida mudou para “Meudeus, o que será que aconteceu?”. E de fato aconteceu. Nada grave (espero!), mas me fez pensar porque ligações entre a nossa família não podem ser corriqueiras e normais. Esses dias percebi que tinha uma grande novidade e que só contei para a minha vó quando já nem era tão novidade e nem tão grande assim.


À tarde, também hoje, novamente meu celular tocou, mas dessa vez o identificador de chamadas não ajudou, “desconhecido”. Sempre tenho receio de atender essas ligações, mas num impulso atendi. E uma voz longínqua e estrangeira denunciou sua origem: Itália. Era meu cunhado querendo saber notícias da família e se estava tudo bem (a notícia de que algo aconteceu também já tinha chegado por lá).



A conclusão disso tudo é que, essa tecnologia que se tornou corriqueira atualmente, email, skype, orkut, twitter e por aí vai, ajuda, mas não chega aos pés de uma boa conversa ao telefone ou, ainda melhor, uma agradável visita no fim da tarde.


E é isso que vou fazer. Sair do trabalho e dar um oi na casa da família! Fui!


sexta-feira, 29 de maio de 2009

O tal do nariz de cera

Lá quando eu ainda era adolescente escolhi ser jornalista porque gostava de escrever. Ao longo do tempo, da faculdade e dos dias de trabalho, percebi que essa não é a única qualidade que um bom jornalista deve ter. Apesar disso, ainda acho que gostar de escrever é uma das características desta profissão que eu mais tenho.


Atualmente, a maioria dos meus textos é sobre tecnologia ou sobre produtos que os nossos clientes vendem. Nada comparado a temas de revistas “legais” como Nova, Gloss ou até mesmo Capricho (já pensou escrever aqueles textos da Capricho? Ia ser divertidíssimo!). Enfim, mas o que eu mais gosto mesmo de fazer é o tal do nariz de cera. Permitido em poucos meios jornalísticos, o nariz de cera é aquela enrolaçãozinha no começo do texto, para deixar ele mais atrativo e diferente. E é a parte mais divertida! É uma pena que nem todo mundo perceba isso (quem não gosta de um texto sobre peixes que começa falando de Jesus Cristo???).


Fiz uma seleção dos “narizes de cera” que mais gosto e resolvi deixá-los aqui!


(Editoria: Lazer/Pauta: Bicicletas)
Um lindo dia de verão. O céu azul e o calor do sol aquecem as ruas da cidade, enquanto o orvalho que umedece o solo e as plantas aos poucos evapora. O canto dos pássaros desperta a cidade, que ao longo da manhã começa a funcionar em um ritmo agradável. Pais deixam seus filhos na escola e vão felizes ao trabalho, sem se estressarem no caminho, afinal, todos são muito educados no trânsito, que flui perfeitamente. Carros, motos, bicicletas e pedestres convivem harmoniosamente na rua, cada meio transporte nas proporções ideais para não haver grandes congestionamentos e transformar a cidade em um verdadeiro caos.

Buzina, ônibus lotados e motoristas estressados. A manhã nublada mal começou e as ruas das grandes metrópoles já estão lotadas. O céu cinzento e a névoa de poluição não permitem que o sol aqueça as ruas, que são um eterno vai-e-vem de carros e pessoas que não sabem muito bem o motivo de tanta correria, mas têm certeza de que não podem parar para cumprimentar seu vizinho ou um conhecido que cruze seu caminho. Trânsito parado, quilômetros de congestionamento e o caos logo nas primeiras horas do dia impede qualquer possibilidade de ter momentos agradáveis no caminho para o trabalho, escola ou algum outro compromisso.


(Editoria: Gourmet/Pauta: Os benefícios do peixe)
Há cerca de 2000 anos o peixe já fazia parte da alimentação dos povos da antiguidade. Prova disso é a passagem da Bíblia que conta o milagre da multiplicação, quando Jesus Cristo alimentou uma multidão com apenas cinco pães e dois peixes. Apesar de ser um alimento bastante comum e conhecido, provavelmente na época de Cristo as pessoas não conheciam as propriedades nutricionais do peixe.


(Editoria: Viagem/Pauta:Bonito - MS)
Bonito é bonito! Ou melhor, é lindo. Ao falar dessa cidade é praticamente impossível fugir do trocadilho, afinal o lugar apresenta uma das mais exuberantes belezas naturais brasileiras.


(Editoria: Comportamento/Pauta: Leitura infantil)
Era uma vez uma linda princesa que morava em um belo castelo, num reino muito distante, e estava à espera do seu príncipe encantado quando...

O primeiro contato de muitas pessoas com a leitura foi assim. Os contos de fada são tradicionalmente contados para as crianças na hora de dormir para que elas peguem no sono. A partir daí, muitas tomam o gosto pela leitura. Porém, com tantas novidades tecnológicas, como videogames, jogos de computador e diversos tipos de entretenimento na televisão, o livro acaba ficando de lado. E não é raro escutar a pergunta: Ler para quê?

(Editoria: Economia/Pauta: Casamento econômico)

Um lindo vestido branco, uma mulher radiante de alegria, flores frescas e perfumadas, convidados sorridentes à espera da figura principal deste dia, a noiva, que entra com o seu pai ao som da marcha nupcial para encontrar, no altar, o seu príncipe encantado.

O sonho de várias meninas, que aguardam ansiosas pelo tão esperado dia do seu casamento, muitas vezes vira pesadelo quando começam a chegar os orçamentos dos preparativos para o grande dia.

(Editoria: Gourmet/ Pauta: Queijo Parmesão)

Almoço de domingo, um momento único para encontrar todos os familiares e reunir-se em torno de uma mesa farta, na qual o prato fumegante de macarrão com um delicioso molho vermelho convida para um acompanhamento indispensável: o queijo parmesão ralado, derretendo por cima da tradicional massa italiana.


(Editoria:Viagem/Pauta: Fernando de Noronha)
"Infinitas águas e infinitas árvores; aves muito mansas, que vinham comer às mãos; um boníssimo porto que foi bom para toda a tripulação". (Américo Vespúcio, em carta à corte de Portugal ao chegar em Fernando de Noronha)

domingo, 26 de abril de 2009

Eu quem?


Um milhão de ideias
Um turbilhão de emoções
Novas e velhas
Renovadas e esquecidas
Novas experiências
Novos amores (?!?!)
Sentimentos antigos
Dúvidas permanentes
Uma certeza?
Já nem sei mais se ela existe
Às vezes sinto que não sei quem sou
Mas quem me conhece não me deixa esquecer

quarta-feira, 8 de abril de 2009

Things that I’ve learned in the States


#01: Pijama também é roupa

Entre agosto de 2001 e julho de 2002 vivi uma experiência incrível. Foram 11 meses morando com uma família, a princípio, desconhecida, em uma cultura diferente e ao mesmo tempo fascinante, no país dos sonhos, em um estado homenageado em muitas músicas: a Califórnia. Isso tudo em plena adolescência. Não poderia ser melhor.

Apesar de ter passado praticamente 7 anos desde a minha volta, estes meses foram um divisor de águas na minha vida, e foi quando vivi momentos que até hoje influenciam a forma como ajo.

Encarar o pijama como qualquer outra peça do meu guarda roupa é uma delas.

A Califórnia é um estado que se destaca do resto do país. As pessoas lá são mais descoladas, comparadas à população americana de um modo geral. Eles estão mais acostumados com a miscelânea cultural, graças à mistura mexicana presente no estado. Diferente de muitos locais dos Estados Unidos, lá as pessoas querem conhecer e saber sobre outras culturas do mundo, mesmo que para isso elas tenham que fazer perguntas bestas do tipo “mas lá tem coca-cola?” ou “nossa, você conhece os Flinstones?”. Devido a essa cultura open-minded eles têm alguns hábitos estranhos, entre eles, usar pijama na rua.

É, aquele mesmo que você usa para dormir e, se a campainha toca e você está vestindo-o, normalmente você grita “mãããe, atende a campainha, eu tô de pijama”. Pois é, os californianos vão passear com seu pijaminha confortável, carinhosamente chamado de PJs. A minha mom adorava pijamas. Comprava-os, naquela compulsão americana pré-crise, aos montes, e tinha uma quantidade incrível deles. Supermercado, farmácia, posto de gasolina e até restaurantes de fast food. Qualquer lugar é plenamente aceitável ir com eles. No começo achava estanho e tinha certeza que era coisa dela, afinal, ela era uma mãe descolada e uma pessoa que definitivamente não se importava com a opinião alheia. Acreditei nisso até quando começou o inverno.

Habitantes de um estado conhecido por ter o sol brilhando sempre, os californianos gostam mesmo é do verão e quando chega a estação mais fria do ano, sabe qual é a primeira coisa que os adolescentes pensam ao acordar? Huummm meu pijama está tão quentinho, queria tanto ficar com ele! E assim o fazem. Dos nerds até os populares, passando pelo grupo estranho e dos imigrantes, nada mais comum do que encontrar um colega seu usando pijama e pantufa. Claro! Que sapato combina com um pijama? Quanto mais estranha e criativa for a pantufa, mais popular é o seu usuário, pode ter certeza!

No período que estive lá, nunca tive coragem de ir pra aula de pijama. Na verdade nunca pensei nisso, só lembrava que tal ato seria permitido socialmente quando chegava na escola e dava de cara com alguém vestido assim. Neste momento lembrava como eu estava confortável e quentinha na minha cama, mas aí já era tarde demais. Porém isso nunca me impediu de ir comprar leite no supermercado às 10 da noite com os meus PJs ou até mesmo atravessar três estados até chegar ao Texas, toda a viagem bem feliz de pijama.

Entre outros hábitos, trouxe este para o Brasil. E é engraçado perceber como a reação brasileira é muito parecida com a dos texanos (extremamente tradicionais): eles simplesmente não sabem como agir. Claro que não saio por aí de pijama, até porque isso seria como perguntar quem é o jogador de futebol americano mais popular da escola a um adolescente brasileiro, mas muitas vezes entro no elevador e vou até a garagem pegar alguma coisa no carro ou então vou até logo ali, na casa do meu pai, bem confortável com o meu pijama. Mas se no meio do caminho encontro alguém, essa pessoa definitivamente não sabe para onde olhar. Aliás, elas não sabem nem o que fazer. Imagino que elas devem pensar se elas conversam naturalmente, como se nada tivesse acontecido, ou se elas me avisam que eu esqueci de tirar o pijama. Por mais que a primeira opção seja a escolhida, elas não conseguem me olhar nos olhos para ter aquela conversinha de elevador.

Portanto, se você for meu vizinho e me encontrar por aí de pijama, não se preocupe, está tudo bem, pode conversar comigo sem ficar sem graça, ok?

quarta-feira, 18 de março de 2009

About the true love


Sempre achei que cada pessoa fosse única. Aliás, continuo achando. Mas ao mesmo tempo me impressiono como, paradoxalmente, as pessoas são tão parecidas, com anseios e desejos idênticos e, ao mesmo tempo, opostos.

Explico.

Sempre fui fã de séries de TV. No final da adolescência, esperava ansiosamente pelo domingo, afinal era o dia da reprise de todas as séries do Canal Sony. Uma melhor que a outra. Para mim, simplesmente imperdível.

O tempo foi passando e junto com ele vieram as responsabilidades e as mudanças. A programação da Sony já não era mais a mesma, as minhas preferências também não. Com a TV a cabo extinta da minha vida, atualmente baixo ou empresto as séries conforme a indicação dos amigos ou de acordo com os meus “vícios” antigos.

Minha mais nova fixação é o seriado How I met your mother (indicação da Fran). Leve, divertido e com um tom de realidade ainda maior para mim, já que uma das protagonistas é uma jornalista que, nos primeiros episódios tem um emprego falido e ridicularizado (ring a bell?), mas mesmo assim sonha em ser âncora do telejornal e viver uma vida de aventuras, sem muito planejamento e vivendo em diversos países (ding dong).

Pois bem, toda esta “breve” contextualização para a minha reflexão depois de assistir o último episódio da segunda temporada.

Robbin, a jornalista, namora um cara normal, que quer casar logo e ter filhos. Ele já tem tudo planejado e já está tudo certo, só falta encontrar a mulher da vida dele, que ao que tudo indica seria a jornalista, se não fosse por um mero detalhe: ela não quer casar e ter filhos. Pelo menos não agora (is that bell still ringing?). Ela quer descobrir o mundo. E quem sabe morar na Argentina (que parece um lugar muito longe e desconhecido - para os americanos). Ou trabalhar em Paris, Tókio. Nem ela sabe ao certo que mundo é esse que ela tanto sonha em explorar e se aventurar, mas ela sabe o que não quer. Casar. E pensar aonde vai aquele espelho, o que vai fazer para o almoço amanhã, quando vai ter filhos (ou se vai ter filhos), qual o melhor lugar para um jantar a dois. Mas o amor dos dois é verdadeiro. Eles se dão bem, divertem-se juntos e parecem ter a mesma opinião em diversos temas, exceto quando o assunto é o futuro do relacionamento (can somebody please stop ringing that?).

No final do episódio eles anunciam o término do namoro. Por mais triste que pareça, ambos parecem estar satisfeitos com a situação. Continuam amigos, frequentando o mesmo bar e tendo a mesma rede de relacionamentos. Mas não estão mais juntos.

É, estou ansiosa para saber como termina a história dessa tal jornalista.
(is it that bell again?)

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

A dor é incontrolável, o sofrimento é opcional

Não vou chorar
(Chiclete com Banana)

Porque será que tem que ser assim
A gente gosta, a gente ama, a gente muda
E o tempo faz verdades nos teus olhos deixa ver
Solidão abusa

Foi tão bonito, tão intenso, tão maravilhoso
Cada segundo
E a vida nos revela cada dia uma nova cena
Um outro mundo

Você chega, me beija
Me olha nos olhos
E me diz então
Valeu! Foi bom, adeus!

Não vou chorar,
Nem vou me arrepender
Foi eterno enquanto durou
Foi sincero nosso amor
Mas chegou ao fim

Guardei as fotografias
Coloquei numa caixa vazia
O que restou do amor

Não vou chorar,
Nem vou me arrepender
Foi eterno enquanto durou,
Foi sincero nosso amor
Mas chegou ao fim.

Porque será que tem que ser assim
A gente gosta, a gente ama, a gente muda
E o tempo faz verdades nos teus olhos deixa ver
Solidão abusa

Foi tão bonito, tão intenso, tão maravilhoso
Cada segundo
E a vida nos revela cada dia uma nova cena
Um outro mundo

Você chega, me beija
Me olha nos olhos
E me diz então
Valeu foi bom, adeus

Não vou chorar,
nem vou me arrepender
Foi eterno enquanto durou,
foi sincero nosso amor
Mas chegou ao fim.

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

E se eu for a chata?


Em apenas dois dias convivi com duas pessoas chatas, daquelas que você fica do lado por causa de uma boa convivência social, por que elas são amigas de amigas suas, colegas de trabalho, ou simplesmente porque a boa educação manda você ser simpática com as pessoas, independentemente se elas forem super legais ou não.

Depois da minha última experiência com a pessoa chata em questão fiquei pensando o que as pessoas acham delas mesmas. Uma pessoa chata com certeza não sabe que ela é chata, senão tentaria mudar, certo? Neste meu pensamento um tanto sem sentido e sem futuro cheguei à conclusão que muitas vezes a pessoa fica chata porque ela está querendo ser legal. Na tentativa de se mostrar interessante ou de contar uma boa história ela acaba se tornando chata, mas muito chata mesmo.

Mas como saber se estamos sendo chatos? Claro que o bom senso ajuda nestes casos, mas as duas pessoas chatas com quem convivi nos últimos dias parecem ter amigos e namorado/a. Então será que a chata da história sou eu que não gosto dessas pessoas supostamente legais, ou será que quem convive com elas apenas aprendeu a lidar com a chatisse ou inconveniência delas?

Bom, independente do que for, toda essa questão me fez pensar o que as pessoas realmente pensam delas e se a visão que elas têm delas mesmas é igual à visão das outras pessoas? Confuso? Talvez seja assim que as pessoas me vêem... ou talvez eu seja a chata! Será?